Sincretismo entre Xangô e São Jerônimo – Sincretizado a São Jerônimo, Xangô é o Orixá da sabedoria e da justiça. No sincretismo, associou-se o Xangô das Pedreiras a São Jerônimo, aquele que amansa o leão e que tem o poder da escrita e o livro e que escreve na pedra suas leis e seus julgamentos. Protetor dos intelectuais, estudiosos e dos magistrados.
São Jerônimo recebeu ao nascer o nome de Eusebius Sophronius Hieronymus em latim, na região de Estridão (em Dalmácia, Roma) no ano de 347. Ele foi um padre cristão, conhecido principalmente por traduzir a Bíblia do grego e do hebraico para o latim. É o padroeiro dos bibliotecários, dos tradutores e patrono dos intelectuais, estudiosos e magistrados. A edição de São Jerônimo, a “Vulgata” (publicada em 400 d.C.), ainda é o texto bíblico oficial da Igreja Católica Romana. Ele faleceu em Belém em 30 de setembro de 420 d.C. – data de sua festividade. Na Umbanda, São Jerônimo foi sincretizado com Xangô, Orixá da Justiça, do Relâmpago, do Fogo e da Pedreira. É, muitas vezes, considerado um “Airá” – Xangô Velho. O nome Ayìrà significa: Redemoinho – encontro dos ventos. Redemoinho é o fenômeno que mais se assemelha a um furacão em território Africano.
Na África, Airá é um Orixá relacionado à família do raio e do vento; zela pela paz e pela justiça de forma incondicional. Ao contrário de Oxalá, que representa a paz, Airá estabelece a paz e possui uma ação mais imediata em suas funções. Ele pode ser qualificado como um “sentinela” de Oxalá, aquele que aplica e estabelece a lei. Ou seja, Airá cumpre a vontade do Pai! Por isso, o sincretismo com São Jerônimo é o mais apropriado a esse Xangô.
Por que o leão sentou-se próximo a São Jerônimo?
“Em uma tarde de estudos, São Jerônimo sentou-se com seus amigos monges nos arredores do monastério, em Jerusalém. Enquanto ouviam a lição do dia, um gigantesco leão aproximou-se andando apenas em três patas. O caos seguiu-se e todos os monges correram mas, São Jerônimo, calmamente, levantou-se e foi ao encontro do felino.
O leão não podia falar, mas ofereceu a sua pata ferida ao padre. Jerônimo examinou-a e pediu, a um dos monges menos medrosos, um balde com água. Lavou a pata ferida e notou que havia alguns espinhos. Jerônimo retirou com cuidado os espinhos e aplicou uma pomada sobre os ferimentos. Todo esse cuidado amansou o leão, que ia e vinha pacificamente onde estava São Jerônimo. Como se fosse um animal doméstico. Deste episódio Jerônimo disse:
_Pensem sobre isto e vocês encontrarão várias respostas. Eu creio que não foi tanto para a cura de sua pata que Deus o enviou, pois Ele curaria a pata sem a nossa ajuda, mas enviou o leão para nos mostrar o quanto Ele estava ansioso para prover o que necessitamos para o nosso bem.
Os irmãos sugeriram que o leão poderia ser usado para acompanhar e proteger o jumento que carregava a lenha para o monastério. E assim foi por muito tempo… O leão guardava o jumento enquanto este ia e vinha. Um dia entretanto, o leão ficou cansado e dormiu, enquanto o jumento pastava. Mercadores de óleos egípcios, que por ali passavam, levaram o jumento. Quando o leão acordou, passou a procurar o outro animal com incrível ansiedade! Procurou o dia todo mas, no final do dia voltou e ficou parado no portão do monastério. Sentiu-se consciente de sua culpa e ficou cabisbaixo.
Quando os outros monges o viram, concluíram que o leão tinha comido o jumento. Então, recusaram-se a alimentar o leão e o enxotaram. Mas, ainda restava a dúvida se o leão havia ou não matado o jumento… E assim Jerônimo mandou que eles procurassem pela carcaça do mesmo, mas eles não a encontraram. Os monges deram a notícia a São Jerônimo que falou:
-Eu fico triste pela perda do asno, mas não façam isto com o leão. Tratem dele como antes, deem-lhe comida e ele fará o serviço do jumento. Façam com que ele traga em seu lombo algumas peças de lenha. E assim aconteceu.
O leão regularmente fazia a sua tarefa, mas continuava a procurar o seu velho companheiro. Um dia, ele subiu uma colina e viu na estrada homens montados em camelos, mas um deles estava montado em um jumento. Ele foi então ao encontro deles. Ao se aproximar, o leão reconheceu o seu amigo e começou a rugir. Os mercadores assustados correram e deixaram o jumento, os camelos e a carga para trás.
O leão, então, satisfeito, conduziu os animais para o mosteiro. Quando os monges viram aquela cena inusitada, de um leão liderando um jumento com camelos, correram contar para Jerônimo. Este foi lá, abriu os portões e disse:
-Tirem a carga dos camelos e do jumento, lavem suas patas e dêem comida a eles e esperem para ver o que Deus tinha em mente para mostrar a este seu servo quando nos deu o leão.
Quando suas instruções foram cumpridas, o leão começou a rugir de novo e a balançar o seu rabo alegremente. Os irmãos, com remorso, por pensarem mal do pobre leão, disseram uns aos outros:
-Irmão, confie na sua ovelha, mesmo se por um tempo ela pareça um ganancioso rufião… E Deus fará um milagre para curar o seu caráter!
Nesse meio tempo Jerônimo sabendo o que viria disse:
-Meus irmãos fiquem preparados e preparem refrescos, porque novos hóspedes virão e deverão ser tratados sem embaraços. Assim, os monges se preparam para receber as visitas. Em pouco tempo os mercadores estavam no portão. Foram bem recebidos, mas se prostraram aos pés de São Jerônimo e pediram perdão por sua falhas. Gentilmente Jerônimo disse: -Deem os refrescos a eles e deixem partir com os seu camelos e suas cargas.
Os mercadores ofereceram metade do óleo, que os seus camelos carregavam, para as lâmpadas do mosteiro e mais alguns alimentos para os monges. O chefe dos mercadores estão disse: -Nós daremos todo óleo que vocês precisarem durante todo ano. E nossos filhos e netos serão instruídos de seguirem esta ordem. E, ainda, nada de sua propriedade será jamais tocada por qualquer um de nós!
São Jerônimo aceitou e os mercadores fizeram esse acordo. Estes aceitaram os refrescos e partiram tranquilos para o seu povo. São Jerônimo então disse aos demais monges: -Vejam, meus irmãos, o que Deus tinha em mente, quando nos mandou o seu leão!”
SAIBA MAIS
Xangô – Xangô é o orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo.
Os filhos do orixá Xangô – Os filhos do orixá Xangô são dotados de grande capacidade de liderança, costumam ser muito justos possuindo grande senso estético e são ativos sexualmente.
Oração a Xangô – Xangô, orixá da justiça ligado a a forças da natureza como os raios e trovões e convidamos a fazer uma oração.
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