Os atabaques tem grande importância pois são condutores dos sons que harmonizam o transe dos médiuns e comandam todos os rituais do culto umbandista.
O som da minha fé
“Esse é o som da minha Fé
É o que comanda meu coração!
Quando o atabaque fala,
a alma escuta e o corpo responde.
Os toques e vibrações do Atabaque
convocam os Orixás à Terra.
Muito mais que simples batuque,
ritmo e percussão,
o que sai do atabaque é fé,
vibração e paixão!”
Rum (grande) Rumpi (médio) e Lê (pequeno) são os nomes dados ao trio de atabaques sagrados, que cumprem importantes papeis nos rituais umbandistas.
O que fazem os atabaques?
Os atabaques não chamam as entidades ou orixás como muitos podem pensar.
Nossos guias e orixás estão constantemente ao nosso lado, assim como estão presentes também nos assentados das Casas de Umbanda.
No entanto; os médiuns precisam entrar em determinada vibração energética para que as manifestações de incorporação que ocorrem nas giras e trabalhos espirituais sejam harmônicas e eficazes.
Para que os médiuns da gira vibrem em uma mesma onda energética e, haja controle sobre os espíritos invocados no trabalho; é que são tocados os atabaques e cantados os pontos sagrados.
Por esta razão; o volume do som dos atabaques nunca pode ser maior que as vozes daqueles que trabalham na gira, pois ocorre a desconcentração do médium, atrapalhando o espírito no atendimento.
A composição do atabaque
Composto de madeira, ferragens e couro animal os atabaques pertencem na Umbanda a Xangô, que rege a madeira e o som; e os consagra com a missão de trazer justiça divina aos trabalhos da gira.
A ferragem pertence a Ogum, que representa as batalhas espirituais a serem vencidas com a ajuda da Umbanda.
O couro animal está ligado aos mistérios de Exú, que representa os limites entre a matéria e a espiritualidade.
Atabaques comandam a energia mediúnica
A energia presente nos assentamentos do terreiro, comandadas pelos espíritos chefes da casa e pela mãe de santo, é redirecionada aos atabaques que distribuem a vibração aos médiuns.
Dessa forma; os atabaques são pontos de irradiação do terreiro que filtram a vibração espiritual da Casa de Santo e a canalizam em forma de som, que são emitidos tocando o campo energético dos médiuns.
O ritmo cadenciado dos cantos ao som dos atabaques que ecoam na gira e nos trabalhos da Umbanda, ordenam a energia espiritual do ambiente.
A curimba
A orquestra de atabaque e os puxadores de pontos cantados são chamados “curimba” na Umbanda, tem a função de ordenar e sustentar energeticamente a concentração dos médiuns, guiando-os de acordo com as vibrações sonoras emitidas pelos instrumentos e cantos sagrados.
A curimba é encarregada da ordenação da gira. Ela faz os pontos de chamada das Falanges que vão trabalhar naquele dia, as firmezas, os pontos de subida, faz as saudações e todo o andamento da gira.
Um atabaqueiro que percute com más intenções pode destruir uma gira, por isso; a importância de sacerdotes com responsabilidade e amor ao trabalho mediúnico por trás dos atabaques de uma casa de santo.
Atabaque Rum
O curimbeiro encarregado de comandar a gira da Umbanda é aquele que toca o maior dos atabaques, o Rum.
O curimbeiro tocador do Rum deve ser um sacerdote muito bem preparado, pois este é o atabaque que foi consagrado ao espírito dirigente da casa.
Através do atabaque Rum são dados o primeiros toques de um ponto, ele repica e conduz os trabalhos.
O atabaque Rum tem tamanha importância nos cultos que só pode ser tocado pelo Ogã (curimbeiro) chefe, nenhum curimbeiro visitante pode tocar nesse atabaque especial.
Atabaque Rumpi
O atabaque Rumpi é consagrado normalmente ao guia da mãe de santo fundadora da casa.
Rumpi mantêm o ritmo e a harmonia dos trabalhos espirituais que estão sendo realizados.
Atabaque Lê
O terceiro atabaque chamado “Lê” é consagrado a Exú ou a algum guia especial da casa, sendo o atabaque dos iniciantes na curimba.
Lê faz a ligação entre o som dos atabaques e os cantos sagrados.
Tipos de toques de atabaques
Existe uma relação entre os toques dos atabaques que correspondem a determinados orixás. Veja alguns:
- Oxalá – ijexá, cabula;
- Ogum, Oxóssi, Omulú/Obaluaiê, Xangô – barravento, ijexá, muxicongo, kabula, congo de ouro;
- Oxumaré – congo, ijexá, iká;
- Tempo – ijexá, kabula, barravento, congo de ouro;
- Iansã – barravento, aguerê (quebra-prato), cabula, congo de ouro;
- Logunedé – barravento, ijexá;
- Ossaim – samba de angola, congo, barravento, cabula;
- Oxum – ijexá (na maior parte), congo e cabula;
- Exú – ilú.
Toques de Atabaques em vídeo
Toques de Atabaques do site Aprendiz de Ogã:
Índice da sequência do vídeo:
0:03 Rufo
0:13 Ijexá
0:39 Arrebate
0:55 Barra-vento
1:20 Alujá
1:42 Congo de Ouro
2:04 Congo Caboclo
2:24 Cabula
2:38 Opanijé
2:57 Vaninha
3:15 Samba Cabula
3:35 Aguerê
3:58 Olodum
4:21 Adarrum
4:44 Ilú
5:03 São Bento Pequeno
5:18 São Bento Grande
5:31 Bravun
5:46 Sato
6:03 Iká
6:21 Quebra-Prato
Saiba mais sobre Umbanda
Os Orixás são ancestrais da Umbanda, que durante sua vivência alcançaram poderes sobre determinados aspectos da natureza como: os raios, mares, rios, etc.
Fique em dia com os orixás, o que pode ser feito na umbanda em cada dia da semana. Que vela acender, qual orixá governa aquele dia, que banho tomar?