Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Intolerância Religiosa divide, mas o respeito une. Celebre o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa com mensagens de paz e união.

Intolerância Religiosa

Hoje, no dia 21 de janeiro, celebramos no Brasil um marco de reflexão e conscientização: o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Esta data não é apenas um ponto no calendário; é uma convocação espiritual e moral para revisitarmos nossas práticas, nossas palavras e, acima de tudo, nossos corações. Como mãe de santo, há muitos anos dedico minha vida a guiar caminhos e iluminar vidas, mas hoje quero convidá-los a uma reflexão profunda sobre o que significa viver a espiritualidade em sua plenitude, respeitando e acolhendo as diversas formas de fé que habitam nosso mundo.

Intolerância religiosa não é apenas a negação do direito de outra pessoa professar sua fé, mas também a negação de sua humanidade. Quando desrespeitamos ou depreciamos a crença do outro, estamos, na verdade, negando um pedaço de sua essência, de sua história e de sua conexão com o divino. Devemos lembrar que, no fundo, todas as religiões são expressões do mesmo desejo humano de encontrar sentido, propósito e conexão com algo maior.

Combatendo a Intolerância Religiosa a 15 anos

Há quinze anos, o site Raízes Espirituais foi criado para ser um espaço de igualdade, fraternidade e amor entre as diversas manifestações religiosas. Este trabalho, que continua sendo uma luz em meio a tantas sombras de preconceito, é prova viva de que podemos, sim, coexistir em harmonia. Mas essa harmonia começa dentro de cada um de nós. É um trabalho que exige coragem, paciência e uma busca constante por autoconhecimento e empatia.

Quando falamos de intolerância religiosa, muitas vezes pensamos em atos de violência física ou verbal, em templos profanados ou em comunidades perseguidas. Esses são, de fato, exemplos trágicos e palpáveis. Contudo, há também formas mais sutis de intolerância: a piada depreciativa, o olhar de desdém, a exclusão silenciosa. Essas atitudes podem parecer pequenas, mas são igualmente corrosivas. Elas criam divisões e alimentam um ciclo de medo e desconfiança.

Como mãe de santo, aprendi que a espiritualidade é um caminho de construção. Nenhuma religião cresce isolada; ela é como uma árvore que se fortalece ao entrelaçar suas raízes com outras. Nós, do candomblé, sabemos que nossos orixás ensinam o valor da convivência, da complementaridade. Iansã nos mostra a força dos ventos que dissipam as tempestades; Oxalá nos inspira a sermos a calma e a paz diante dos conflitos. E todos eles, juntos, nos ensinam a viver com respeito e amor ao próximo.

Intolerância Religiosa = Medo e Ignorância

A intolerância religiosa, meus filhos, é fruto da ignorância e do medo. Ignorância sobre o que o outro acredita e sobre o valor dessa crença. Medo de que a diferença ameace nossa própria fé ou nosso lugar no mundo. Mas, ao contrário, a diversidade religiosa é uma dádiva. É nela que encontramos a beleza da criação divina, que se manifesta de formas tão variadas quanto as cores de um arco-íris.

Combate a Intolerância Religiosa

O combate à intolerância religiosa não é um fardo, mas uma oportunidade. É uma chance de mostrarmos que o amor é a força mais poderosa que existe. Amar é reconhecer que todos os caminhos, quando trilhados com sinceridade e bondade, levam à mesma verdade universal. Amar é oferecer a mão ao invés de erguer muros. Amar é aceitar que o outro é tão filho da divindade quanto você.

Neste dia, quero pedir a todos vocês, meus filhos e seguidores, que se comprometam a serem agentes de paz. Que pratiquem a tolerância não apenas em palavras, mas em gestos. Que estudem, que ouçam, que acolham. Que sejam exemplos vivos do que pregamos em nossa casa espiritual: igualdade, fraternidade e amor.

Que Oxalá nos guie com sua luz e serenidade. Que Iemanjá nos ensine a acolher com seu abraço maternal. Que Ogum nos dê a coragem de lutar contra o preconceito. E que Exu abra nossos caminhos para um futuro de harmonia e respeito.

Eu acredito, com toda a força do meu coração, que é possível construir um mundo onde todas as religiões coexistam em paz. Mas essa construção começa em cada um de nós. Começa agora.

Axé para todos!