As religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé são, por princípio, grandes defensores da natureza e devem lutar pela manutenção e preservação da natureza. Em suas práticas diárias de entregas e oferendas, devem sempre atentar-se para não prejudicar o ambiente onde as oferendas estão sendo colocadas. Isso porque a ritualística e vivência diária dos praticantes de religiões de matriz africana tem estreita relação com a natureza, dependendo não só das folhas e ervas sagradas para seus cultos, como também com locais onde acreditamos estarem mais concentradas as energias de determinados Orixás, como cachoeiras, prais, pedreiras, etc..
“Sem folha não tem sonho…
Sem folha não tem festa…
Sem folha não tem vida…
Sem folha não tem nada.
Salve as folhas“
Gerônimo/Ildásio Tavares
A PRESERVAÇÃO DA NATUREZA GARANTE A PRESERVAÇÃO DOS CULTOS
Um exemplo dessa relação íntima com a preservação da natureza é o uso de ervas, preferencialmente frescas, colhidas na natureza. Todos os rituais dessas religiões, desde os mais básicos; como banhos, defumações e infusões, até as oferendas a Orixás e os principais rituais de iniciação dentro dos cultos; necessitam de ervas sagradas específicas. Tal necessidade, torna-os, por princípio, grandes defensores da natureza e adeptos da preservação ambiental, pois, sem as folhas sagradas, não haveria possibilidade de exercício do culto, e a continuidade da tradição e de suas práticas religiosas ficaria seriamente comprometida.
Além disso, na mitologia dessas religiões, revela-se uma intensa relação dos seres sagrados (Orixás, Voduns, Inquices) com as forças elementais, as forças da natureza. Nessas religiões, há incontáveis ritos que devem ser feitos direto no local de força/morada de um orixá específico, como por exemplo, oferendas ara Oxum na cachoeira, para Xangô nas pedreiras, ou para Nanã em manguezais.
MÁS PRÁTICAS E DESINFORMAÇÃO PREJUDICAM A PRESERVAÇÃO DA NATUREZA
Porém, os praticantes destas religiões acabam levando a fama de “sujar” e “poluir” os locais onde colocam suas oferendas, como cachoeiras, praias, praças, esquinas, etc.. Apesar do grande preconceito sofrido pelos adeptos das religiões de matriz africana, não se pode negar que parte dos praticantes realmente comete alguns abusos ao fazer suas oferendas.
Diante dessa evidente e estreita relação dos praticantes das religiões de matriz africana com a natureza de forma geral; percebe-se a importância de que esses praticantes em nome da manutenção da tradição e das “raízes” de seu culto, lutem bravamente pela preservação da natureza e das plantas sagradas para necessárias a seus ritos.
Devemos sempre lembrar que as entidades não comem as comidas que ofertamos; mas, sim, se beneficiam das energias dos elementos que compõem cada oferenda. A partir dessa consciência, podemos, então, rever nossas práticas, sem afetar seus fundamentos e a tradição; buscando sempre evitar usar materiais poluentes ou não recicláveis em nossas oferendas; e nunca deixar esse tipo de material em locais naturais como as cachoeiras e praias onde formos deixar nossas oferendas. Em locais urbanos, devemos sempre ter o cuidado de recolher todo tipo de embalagem ou lixo que sobre ao final da montagem da oferenda.
Vamos tomar consciência quanto aos despachos, oferendas e entregas no meio ambiente. De fato, este é um momento de valorização ecológica que vivemos em nosso planeta.
Nossa religião, a amada Umbanda, tem uma estreita ligação com a natureza por meio dos sagrados Orixás e entidades; os quais cultuamos, respeitamos e, assim, amamos como forças da natureza; exteriorizadas por Deus para nos servir e para que dela cuidemos.
SAIBA MAIS
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